As práticas de saúde da Arte Marcial Russa – Jejum
Há alguns anos aumentou o interesse da comunidade científica em pesquisar os efeitos do jejum. Durante muito tempo tal prática foi questionada pelos nutricionistas e médicos e hoje, com mais pesquisas sobre o assunto parece haver bons resultados. O ganhador do Nobelde fisiologia e medicina de 2016 descreveu justamente o processo de autofagia que acontece na prática do Jejum.
A prática do jejum na arte marcial russa é incentivada pelos benefícios da prática nos aspectos físicos e psicológicos. No aspecto psicológico a prática do jejum visa dar ferramentas para que a pessoa possa compreender suas limitações “não consigo”, “não posso”, “vou morrer de fome” podem ser pensamentos que passam antes ou durante a prática. Isso ensina as pessoas a lideram com a auto piedade.
Nos aspectos físicos separamos alguns resumos de artigos que vem sendo publicados. Em uma revisão de literatura os pesquisadores selecionaram estudos sobre o jejum e avaliaram que havia melhora dos parâmetros cardiovasculares (quantidade de colesterol, triglicérides, pressão arterial, entre outros) diminuição do tecido adiposo (emagrecimento). Nesta revisão os pesquisadores alertam que não foi avaliado parâmetros de segurança das pessoas que participaram do estudo e que isso deve ser levado em consideração antes que grupos especiais (como pessoas com diabetes) possam aderir à prática com segurança.
Outro artigo de revisão faz uma crítica sobre o jejum, mas apresenta como uma alternativa viável à perda de peso, de fácil execução e baixo custo. Os efeitos a longo prazo ainda são desconhecidos, mas o pesquisador sugere o jejum intermitente como uma boa alternativa para perda e manutenção do peso. Outra revisão apresenta resultados semelhantes.
Em modelos animais os efeitos benéficos do jejum já estão comprovados. Há melhora de vários indicadores de saúde, mas também melhora funcional de modelos de diabetes, doenças cardiovasculares, câncer, desordens neurológicas (como Alzheimer e Parkinson). Há evidências também de melhora cognitiva com o jejum. Os mecanismos celulares e moleculares para os efeitos benéficos do jejum parecem envolver a adaptação e ativação das respostas de estresse celulares, melhora funcional da mitocôndria, melhora do reparo de DNA e autofagia (morte celular de células que não estavam adequadas). Essas melhoras parecem se manter ao longo do tempo, mesmo depois da interrupção do jejum.
Uma das críticas que surge em relação ao jejum é que esta prática levaria a pessoa a ter uma diminuição das capacidades cognitivas e até mesmo do tempo de reação. Este estudo mostra que isto não ocorre. Ele avaliou o efeito do jejum intermitente em atletas de Karate profissionais e não houve piora dos parâmetros neuromusculares (tempo de reação e eletromiografia com análise de isometria), houve um pequeno aumento de fadiga, mas que não chegou a ser significativo.
O jejum que estamos falando não é de algumas horas sem comer ou pular apenas uma refeição. A prática ideal é de 12 – 24 horas de jejum. Na prática do Systema o jejum pode ser realizado de maneira progressiva até se alcançar os objetivos desejados. Há diferentes maneiras de se realizar o jejum e inseri-lo em sua rotina.
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